Sobre
O instituto Montefusco de Mediação e Educação Sistêmica foi idealizado pelas Psicólogas Rosângela Alves Silva Montefusco, e a Advogada Amanda Alves Montefusco. A Psicóloga se dedicou inicialmente à prática clínica com casais e famílias no final da década de 90, quando teve o primeiro contato com famílias em processo de separação e divórcio. Chamou-lhes a atenção que os conflitos gerados no processo de separação eram também densos de amor e ressentimento.
A dissolução do vínculo conjugal produzia um sentimento de tamanha dor e culpa, que o vínculo parental também se dissolvia em consequência da impossibilidade do casal de olhar para além de si mesmos. Neste cenário, uma ajuda profissional se fazia essencial, e a que se colocava disponível era a do advogado, que ao realizar o seu trabalho passava a fazer parte do sistema daquela família e, apesar da boa intenção, tornava-se mais um aliado de seu cliente na tentativa de ajudá-lo a superar a hora difícil, terminando por interferir de forma negativa no conflito. Isto ocorria por que, na falta de competência para lidar com questões afetivas, o advogado entendia que se desqualificasse o sentimento e valorizasse a causa processual, causaria menor dano ao seu cliente, diga-se aliado.
Ocorre que a utilização desta prática apenas gerava mais ressentimento, e os processos se tornavam mais longos e dolorosos. Quando as ofensas e o desrespeito chegavam a um alto nível de estresse, e já não traziam os resultados esperados, fazia-se necessário buscar novos aliados e, neste momento, os filhos começaram a ser influenciados por um dos genitores em desfavor do outro. O que havia era amor transformado em dor, em raiva e por fim em ódio. Quando a raiva se instalava, todos já estavam doentes e exaustos, e já haviam perdido o fio da meada. Aos advogados, faltavam recursos para por fim ao conflito, que por vezes já se mostravam violentos.
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Ao perceber esta dinâmica sistêmica, que neste momento já havia incluído muitos e novos aliados à família, nós nos demos conta que podíamos atuar na fase inicial do processo judicial e emocional que se instalava, e assim, reduzir o desgaste emocional e os custos econômicos. Nos dedicamos desde então ao estudo da mediação aplicada a famílias com dificuldades emocionais. Este estudo se alargou para outras áreas em que a vinculação entre os membros do sistema se dá inicialmente pela amorosidade, pela admiração e pelo respeito, como ocorre nas escolas, nas empresas quer sejam familiares ou societárias e nas fusões de empresas parceiras.
Ao longo de mais de duas décadas, nosso olhar se voltou para a necessidade expressa na sociedade, e que, naquele momento, não contava com uma ajuda competente e qualificada para sua prática. Era desconhecida entre nós, em nosso país, a mediação como uma possibilidade de ajuda. Três décadas se passaram e chegou o momento e a hora de apresentar a mediação como um recurso que soma ao Judiciário e à sociedade nos seus diversos espaços e cenários.
Mediar nada mais é do que oferecer uma possibilidade de ressignificar uma palavra mal colocada, um amor desrespeitado, uma promessa descumprida, um trato desfeito ou um sonho subtraído. A mediação se aplica quando as pessoas envolvidas estão verdadeiramente dispostas a encontrar o fio da meada perdido, bem como por fim a uma disputa que se mostrou infrutífera. A mediação encontra alguns impedimentos a sua realização, um deles é a incapacidade mental de responder por seus atos e de fazer julgamentos de juízo e de valor.